Propércio, I, 1
com os seus olhinhos me capturou... pobre de mim!
"Você anda assim, ó."
Daí eu imitei o seu jeito solto de andar, com os braços balançando, peito aberto, uma forma desleixada que, como todo o resto, era puro encanto. Os olhos azuizes me olham, a risada conhecida me invade os ouvidos e aquece o corpo, para em seguida eu ouvir algo que revelava um incômodo.
"Mas eu estou só comentando, não é uma crítica."
Novo sorriso dos olhos azuizes.
É que ele não sabia que os apaixonados observam.
Que observam porque namoram,
porque se enamoram,
porque veneram.
Filmam e fotografam com os olhos,
arquivam as sensações miúdas
para depois saboreá-las no silêncio da noite só.
Que observam porque namoram,
porque se enamoram,
porque veneram.
Filmam e fotografam com os olhos,
arquivam as sensações miúdas
para depois saboreá-las no silêncio da noite só.
E foi observando detalhes que eu soube
(e nunca esqueci)
que ele prefere feijão preto.
2 comentários:
*a joaninha passou por aqui;
pousou
e repousou
nas suas palavras.
bjo!
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