Lista de 2021
1) 23/2 – Da geht einer,
Susanne Bienwald
Este livro e os que numerei 4), 6), 10), 11), 14) e 16) foram as
leituras do curso Literaturvergnügen am Vormittag: Literatur aus Hamburg
(algo como “Apreciação literária antes do almoço: Literatura de Hamburgo”...
rs). O curso, tanto quanto seu título tinha de pomposo e cafona, teve de
adorável. A professora (mais mediadora de discussões que outra coisa) era
incrivelmente capacitada para fazer todos participarem, as aulas foram sempre
muito agradáveis e vivas. Círculos de leitura foram realmente um prazer constante
deste ano.
2) 25/2 – The Wizard of Oz,
L. Frank Baum
Uma leitura que queria fazer havia muito tempo e que fiz este ano na
companhia da minha amiguinha #WL. Tinha resolvido que deste ano não passavam
este título e o Drácula do Stoker... mas o segundo passou.
3) 1/3 – Der Gedankenspieler,
Peter Härtling (com audiolivro)
Este foi de um curso (também em formato de círculo de leitura, mas
com mais intervenções formais do professor) que, infelizmente, foi interrompido
pelo coronadrama. O professor era um vovô, professor de literatura já aposentado,
e 80% do público eram compostos de vovós que eu adorei ouvir. O curso foi
cancelado antes mesmo da metade, e eu resolvi concluir a leitura do livro com
estudo da língua, usando o audiolivro como recurso didático, outra coisa que
curti bastante fazer com meu alemão este ano.
4) 9/3 – Der Untergang,
Hans Erich Nossack
Bem impressionante. Numa outra
postagem há uma citação dele.
5) 12/3 – Das Zauberhafte Land
Oz, L. Frank Baum, Eric Shanower, Scottie Young, übersetzt von Bernd
Kronsbein
6) 20/3 – Die Vogelwelt von
Ausschwitz, Arno Surminski
Bonito, triste, poético. Um dos meus três favoritos do curso que
mencionei em 1) (sendo 4) e 10) os outros dois). Provavelmente o primeiro lugar entre os três.
7) 28/3 – Der Zauberer von Oz,
L. Frank Baum, Eric Shanower, Scottie Young, übersetzt von Bernd Kronsbein
8) 6/4 – Ein Taschenkrebs und
ein Känguru, Joachim Ringelnatz – ausgewählt und illustriert von Friedel
Schmidt
Uma das coisas legais com que me presenteei este ano foi um
calendário de mesa com folhinhas que têm, diariamente, dicas de literatura.
(Calendários são uma mania – diria eu – por aqui. Há de todos os tamanhos,
preços, temas e para todas as necessidades.) Numa dessas folhinhas conheci o
Ringelnatz (poema O Welt in einem Ei), por quem rolou paixão à primeira
vista. Isso gerou esta leitura e a de 19), além do plano (ainda não realizado)
de uma visita ao museu dedicado a ele ali em Cuxhaven.
9) 7/4 – Die Smaragdstadt von
Oz, L. Frank Baum, Eric Shanower, Scottie Young, Jean-François Beaulieu,
übersetzt von Gerlinde Althoff
10) 22/4 – Die Glücklichen,
Kristine Bilkau
11) 11/5 – Liebesarten und
andere Geschichten vom Leben, Ulla Hahn
12) 14/5 – Götter-Yoga,
audiolivro, Katharina Middendorf & Ralf Sturm, gelesen von Katja Schild
Essa foi minha reintrodução num mundo que fez muito parte do meu
cotidiano nestes últimos meses: a Índia (a comercial, que nos chega pelo cinema,
pelo Netflix, pelas apresentações de danças clássicas, pela India Week
de Hamburgo, por documentários lindos e chocantes como o do Louis Malle) e a
mitologia hindu. Retomei então o Mahabharata pelo filme do Brook e 25),
27) e 28) foram outros pontos de parada dessa jornada.
13) 24/5 – Die Straβe nach Oz,
L. Frank Baum, Eric Shanower, Scottie Young, Jean-François Beaulieu, übersetzt
von Bernd Kronsbein
Outra coisa que li bastante este ano foi graphic novel. Várias
foram as lindas adaptações de Oz com o traço fofo do Scottie Young (5), 7) e 9)
na tradução em alemão), das quais ainda tenho duas ou três pra ler aqui, no
original em inglês. Cheguei mesmo a me inscrever num minicurso sobre graphic
novels, parte de um evento literário do sul de Hamburgo. Ele acabou sendo
cancelado, mas li 20) ainda assim, seguido de 21) que foi presente do meu irmão
caçula mais querido.
14) 25/5 – Grosse Freiheit,
Rocko Schamoni
Cansativo. Foi leitura do curso. Bem mais interessante
foi o documentário sobre o mesmo gigolô que deu origem à personagem principal
do livro, Wolli Köhler. O filme é de Gerd Kroske (de quem também assisti Die
Stundeneiche, sobre uma árvore em Berlim e sua sobrevida como objeto
artístico) e se chama Wollis Paradies.
15) 1/6 – The Wizard of Oz,
Salman Rushdie
16) 13/6 – Onde andará Dulce Veiga?, Caio
Fernando Abreu
Para o último dia do curso de literatura em 1) estava previsto um
passeio por pontos “turísticos” relacionados a literatura em Hamburgo. Com a
coronacrise, passeios com mais de cinco pessoas (acho que era esse o número na
época) foram proibidos, e a programação foi alterada: cada aluno teve a
liberdade de apresentar o que vinha lendo ou seu livro favorito, se o quisesse.
Resolvi ser óbvio e atender às expectativas que supus existirem, de que o brasileiro
apresentasse algo de seu país. Descobri que o romance do Caio estava traduzido
pro alemão (em duas ou três versões diferentes, pasmem) e reli o livro. Numa
pesquisa de bibliografia, descobri 17) e 18) na universidade, dos quais li
trechos, além de várias resenhas do romance em alemão. Foi um trabalhinho
divertido, esse seminário.
17) 27/6 – A ficção na pós-ditadura, Milena
Mulatti Magri (excertos)
18) 6/7 – Utopias of Otherness – Nationhood and
subjectivity in Portugal and Brazil, Fernando Arenas (intro + cap. 2 &
3)
19) 23/7 – Text + Kritik 148 –
Joachim Ringelnatz, alguns ensaios (Korte, Oerke, Gernhardt, Möbus,
Schmidt-Möbus)
20) 28/7 – Goldjunge –
Beethovens Jungenjahre, Mikael Ross
21) 2/8 – Daytripper, Fábio
Moon & Gabriel Bá
22) 12/8 – Stille, ein
Wegweiser, Erling Kagge aus dem Norvegischen von Ulrich Sonnenberg
Outro curso que frequentei este ano foi “As dimensões do silêncio”,
que teve justamente o livro de Kagge como mote, mas em que se leram muitas
outras coisas, entre filósofos como Byung-Chul Han e poetas como Goethe, Rilke
e Baudelaire. 24) também foi leitura deste curso, e o conto (?) Le silence
de la mer de Vercors, num livro com outros textos que eu ainda estou lendo.
Com o mesmo professor deste curso fiz “Hamburg liest Borchert” e me reencontrei
com o autor de Drauβen vor der Tür (de que comentei em outra postagem
por aí) em muitos curtos textos, os que listei em 26).
23) 25/8 – Le dernier amour du
président, Andreï Kourkov, trad. Annie Epelboin
Esta história começa com uma folhinha de calendário. O mesmo
calendário que mencionei em 8) e que trazia uma resenha com foto da capa de um
livro de um ucraniano. A história era de um funcionário público andante que
coletava dados pro censo, acho, e ia nesse caminho conhecendo pessoas e suas
estórias estapafúrdias – como em geral são todas na Ucrânia (diz o próprio
autor, se entendi bem). Com uma rápida busca nanétchi, descobri que o livro era
parte de uma trilogia, originalmente escrita em russo, mas já traduzida para o
alemão. Por essa época, eu estava querendo ler algo em francês, então fui
procurar a tradução francesa dos três títulos, só pra me frustrar loucamente
com a notícia de que não estavam disponíveis. Virou um “projeto” (já falei dos
meus projetos em outra postagem; resumidamente, é um nome bonito que arranjei
pras minhas obsessões de leituras e descobertas triviais que se encaixam e vão
formando um fio – frequentemente longo – cuja lógica só eu entendo – às vezes).
Dei uma olhada na lista de publicações do autor. Das que estavam
traduzidas para o francês, pensei em ler o livro do pinguim, que parece ter
sido um grande sucesso. Também uma trilogia. Vá lá; tinha mais ou menos me
convencido, mas tava valendo. Quando fui encomendar o livro, descubro uma
editora que oferece os três numa caixinha (de colecionador?) pelo preço de um.
Mas o primeiro volume tinha indicado um número de páginas bem diferente do que
eu via em todos os outros anúncios de livrarias. Encanei. E, no fim das contas,
eu queria mesmo era ler o livro do tal funcionário viajandante e as personagens
louco-escalafobéticas. Para encurtar uma longa história (porque ela ainda durou
muitas buscas e listas de prós e contras e decisões incertas e resoluções
finais modificadas várias vezes), me decidi pelo título em 23), porque eu não
tava a fim de ler 300-e-bolota páginas de russo em alemão.
24) 31/8 – Le silence de la mer – A film by
Jean-Pierre Melville, Ginette Vincedeau & Rui Nogueira
25) 15/9 – Peter Brooks
Mahabharata, DVD-Heftchen
26) 6/10 - Borchert: leitutras
várias. Erzählungen/kurze Texte – Die Hundeblume; Generation ohne Abschied; Bleib doch,
Giraffe; Stadt, Stadt: Mutter
zwischen Himmel und Erde (Hamburg, Billbrook, Die Elbe); Mein bleicher
Bruder; Jesus macht nicht mehr mit; Die Küchenuhr; Nachts schlafen die Ratten
doch; Das Brot; Die Kirschen; Das ist unser Manifest; Schischyphusch; Die drei
dunklen Könige. Gedichte – Laternentraum; In Hamburg; Legende; Muscheln,
Muscheln; Hamburg; Hamburg 1943; Moabit; Der Kuckuk; Frösche; Den Dichtern; Ich
bin der Nebel. Rezension – Kartoffelpuffer, Gott und Stacheldraht.
27) 7/11 – Indien.
Alltagsleben, Traditionen, Begegnungen. Reise Know-How. Kulturschock,
Rainer Krack
28) 15/12 – Peter Brook and The Mahabharata: Critical
Perspectives, edited by David Williams, do qual li os seguintes
textos:
1. The great Indian epic and Peter Brook, Vijay
Mishra;
2. A narrative synopsis of The Mahabharata,
David Williams (?)
3. The great poem of the world: a descriptive
analysis, David Williams
4. Energy and the ensemble: actors’ perspectives
– excerpts from interviews with Andrzej Seweryn, Vittorio Mezzogiorno, Mallika
Sarabhai, Sotigui Kouyate, and Yoshi Oida.
Da última dessas entrevistas é que cito este belo trecho:
[...] to understand that there are three aspects
of language and delivery. First, muscularity; second, the exchange of
information; and third, the magical energy at the heart of something like a mantra.
When I speak in my mother tongue, I sometimes forget its musicality and energy.
In a foreign language, on the other hand, I pay much more attention to these
two aspects. In our work we endeavour to override the reduction of language,
its diminishment uniquely to the level of intellectual informational exchange.
When language is charged with energy, theatre is invested with a greater
richness.
29) 24/12 – Komm, lass uns
leben – Mit 24 Songs durch den Advent, Manfred Müller
30) 24/12 – Nova antologia poética, Mario Quintana
31) 28/12 – Fasting for Ramadan: Notes from a
Spiritual Practice, Kazim Ali
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