quinta-feira, junho 11, 2009

E é-se um pequeno segredo sobre um grande segredo.

E é-se um pequeno segredo sobre um grande segredo.


Neste Longo Exercício de Alma...

Cecília Meireles

Ciência, amor, sabedoria,
- tudo jaz muito longe, sempre...
(Imensamente fora do nosso alcance!)

Desmancha-se o átomo,
domina-se a lágrima,
vence-se o abismo:
- cai-se, porém, logo de bruços e de olhos fechados,
e é-se um pequeno segredo
sobre um grande segredo.

Tristes ainda seremos por muito tempo,
embora de uma nobre tristeza,
nós, os que o sol e a lua
todos os dias encontram,
no espelho do silêncio refletidos,
neste longo exercício de alma.



Quando me propus escrever quatro postagens este mês, eu as tinha delineado (e eu as tinha delineadas) com mestria. Descobri que guardava o tal segredo, e eu nunca fui bom com segredos, era melhor contá-lo logo. Mas é um segredo que pode ser dolorido. Não se conta um segredo que pode ser dolorido, assim, como se não fosse nada... Como os leitores deste blogue são amigos queridos, alguns distantes, era preciso prepará-los para o segredo. Então eu planejei as quatro postagens. Mas eu sabia que elas podiam mudar, na minha cabeça, com o passar da semana que eu previra entre cada uma.


Metódico. Sempre o fui. Eu postaria amanhã, mas estarei ocupado. Com ele que me tem em segredo. Sim, o dia inteiro. E eu estou apaixonado. Ou me apaixonando, não sei ao certo. Só sei que "o instante existe e a minha vida está completa". Falando nela, descubro este poema, cuja segunda estrofe descreve tudo quanto eu tinha planejado dizer nesta segunda postagem: a mudança. Sem aflição.


Desmancha-se o átomo,
domina-se a lágrima,
vence-se o abismo:
- cai-se, porém, logo de bruços e de olhos fechados


E fiquei feliz de voltar à tia Ceci. Com o medo da overdose, porque a terceira postagem será uma volta às raízes, a transcrição dum poema dela que eu cito a cada dois minutos, porque ele diz tudo, fala do meu estado de alma, assim como este fala do exercício da alma, quando descobre as mudanças que a vida impõe. Na quarta postagem, a revelação. E, se não fosse o longo exercício de alma, sinônimo da singeleza de expressão da tia Ceci, eu teria postado uma musiquitcha do Pato Fu, hoje... Aliás, posto o essencial da letra dela, au cas où. Até semana que vem.


Vida Diet


Composição: John


A gente se acostuma com tudo
A tudo a gente se habitua
E até não ter um lugar
Dormir na rua
A tudo a gente se habitua

[...]

Não vai ser diferente
Se eu me for de repente
Se o céu cai sobre o mundo
E o mar se abrir
Em um inferno profundo

2 comentários:

Johnnÿ disse...

Sabe que isso me lembrou um livro clááássico de auto-ajuda desses últimos tempos!? =P

Everton Natividade disse...

hehehehe...
auto-ajuda? atoron!
manda o nome.
=OP