"Oi, eu sou a Fulana. Moro no quarto andar, no 400-e-X, e o meu sutiã caiu do meu varal e pousou no seu. Deixe-o no meu escaninho, por favor."
Achei o imperativo no final do bilhete de uma tremenda audácia. Mas tudo bem: pra sorte da Fulana, eu estava num bom dia, de excelente humor, e fui dócil. Tão dócil quanto necessário para espantar qualquer um que me conheça minimamente: peguei o tal sutiã, deselegantemente preto, lamentavelmente esgarçado, espantosamente grande, embalei-o num saco plástico, colei com fita adesiva, pus no escaninho. E vivi feliz para... quase sempre.
Aí, na semana passada, na quinta-feira, depois de uma discussão sem sentido, os meus humores não eram dos melhores.
"Oi, aqui é a Fulana, do 400-e-X. Caíram do meu varal uma meia preta, que está no varal do quarto do meio do apartamento de vocês, e um par de xortezinhos, pendurados num cabide, que ficou preso ao varal do quarto da extrema esquerda. Deixem as peças no escaninho."
Nem se a vaca tussisse. Subi ao apartamento, com a fúria acrescentada pelo disparate, despautério e desatino do bilhete. E eu agora era o quê? atendente de loja de roupa feminina? e ia ficar pondo a minha mão nas roupas alheias que tocam as partes alheias assim, aleatoriamente? Mas nem a pau... inda mais a... whatever. Com um breve jogo de dedos, as peças estavam no chão, lá no chão, longe do meu varal.
"Everton, tinha um bilhete no escaninho... duma moça que deixou umas peças caírem no varal... você viu?", pergunta-me o meu colega de apartamento.
"Não", respondo eu, mais para não fazê-lo cúmplice do que para esconder o meu ato.
Em seguida, toca o interfone. Era a Fulana. Pelo nome no bilhete, eu não tinha reconhecido... pela voz, eu soube quem era. Era a Fulana! Conhecida de longa data, sem meias e sem xortezinhos. Like I cared.
Achei o imperativo no final do bilhete de uma tremenda audácia. Mas tudo bem: pra sorte da Fulana, eu estava num bom dia, de excelente humor, e fui dócil. Tão dócil quanto necessário para espantar qualquer um que me conheça minimamente: peguei o tal sutiã, deselegantemente preto, lamentavelmente esgarçado, espantosamente grande, embalei-o num saco plástico, colei com fita adesiva, pus no escaninho. E vivi feliz para... quase sempre.
Aí, na semana passada, na quinta-feira, depois de uma discussão sem sentido, os meus humores não eram dos melhores.
"Oi, aqui é a Fulana, do 400-e-X. Caíram do meu varal uma meia preta, que está no varal do quarto do meio do apartamento de vocês, e um par de xortezinhos, pendurados num cabide, que ficou preso ao varal do quarto da extrema esquerda. Deixem as peças no escaninho."
Nem se a vaca tussisse. Subi ao apartamento, com a fúria acrescentada pelo disparate, despautério e desatino do bilhete. E eu agora era o quê? atendente de loja de roupa feminina? e ia ficar pondo a minha mão nas roupas alheias que tocam as partes alheias assim, aleatoriamente? Mas nem a pau... inda mais a... whatever. Com um breve jogo de dedos, as peças estavam no chão, lá no chão, longe do meu varal.
"Everton, tinha um bilhete no escaninho... duma moça que deixou umas peças caírem no varal... você viu?", pergunta-me o meu colega de apartamento.
"Não", respondo eu, mais para não fazê-lo cúmplice do que para esconder o meu ato.
Em seguida, toca o interfone. Era a Fulana. Pelo nome no bilhete, eu não tinha reconhecido... pela voz, eu soube quem era. Era a Fulana! Conhecida de longa data, sem meias e sem xortezinhos. Like I cared.
Um comentário:
Vou ser obrigado a citar a máxima de uma pessoa que estimo muito: "Quáááánto desamorr"!!!!!
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