quarta-feira, maio 29, 2024

 

Postcards from the Underworld, Sinan Antoon

Psalm

In the beginning was the stab

The dagger made the wound

in its own image

then went away

 

searching

for another body

 

The wound wept

for forty days

then healed

 

It became a heart

and crawled away

 

searching

for another body

 

 

The New God

We looked at the map

All those rivers we had crossed

searching for that new god

the priests said

he was born for our sake

When we reached his homeland

We found crowds

marching in his funeral procession

We joined them

They told us

of all those rivers they had crossed

searching for the new god

the priests said

he had died for their sake

 

 

From Eve’s Confessions

 

I was the voice of the wind

and when it grew tired

I descended from its ribs

and left it

weeping everywhere

for me

 

I walked on water

a thousand years

then created myself

on the earth’s skin

and when I was bored

I made Adam

God was a mere game we played

 

 

In My Next Life

 

In my next life

I will not be I

 

I will be a wild flower

Lying on the slope of a distant hill

butterflies will alight on it

A child who never lived through war

will pluck it

and take it to his mother

will place it between her breasts

She will kiss him

and smell me

and I will smell her

 

. . .

 

In my next life

I will not be

 

 

 

Sifting

 

My eyes

are two sieves

sifting

through piles of others

for you

 

Cairo, August 2003

quarta-feira, maio 15, 2024

 

Sobre o meu nome


Há muito tempo, tanto que já nem lembro em qual fonte exatamente, para ser sincero, li que o significado do meu nome, Everton, era “lei, pela lei, da lei”. Adicionando a esse significado, supostamente do teutônico, os da “floresta” do meu nome do meio e o do “nascimento de Cristo” do meu segundo sobrenome, achei que era uma combinação interessante que me deixava como alguém que se orientava pela lei, às vezes uma bruta e selvagem, às vezes uma humana e amorosa. Mas eu nunca mais reencontrei esse significado explicado ou detalhado novamente.

Faz um mês e pouco, entrando numa das bibliotecas circulantes de bairro que há por aqui (as minhas amadas Bücherhallen), encontrei uma longa prateleira de dicionários de nomes. Um deles, provavelmente por ser mais colorido, mais volumoso, ter um bebê lindo na capa (e ter autoridade do símbolo do Duden no topo direito) me chamou a atenção e veio comigo pra casa. Eis o que descobri (ou construí):

Evert viria de Everhard, uma forma de Eberhard, originário do alemão antigo e com o significado de “javali” + “duro, forte” = duro, forte como um javali. Nada mal. Mas e o  -ton do final? Segundo o dicionário, Ton é uma forma abreviada de Anton, originário de um nome familiar latino... sem significado explicitado no tal dicionário. Divulgado pela net estão os significados de “valioso, de valor inestimável, digno de apreço” e “alimentado de flores, sensível” para Antônio. Bibidi-bóbidi-bum.