Eu gosto de errâncias, em geral. Um ex-aluno com quem mantenho uma correspondência frutífera (e que é astrólogo) comentou esta semana (de novo) que isso é muito próprio do sagitariano, "que atira a flecha de fogo apontada para o céu" (palavras dele). Tenho me criado uns "projetos" que são pura errância. Eu descubro umas coisas que são levemente associadas e depois saio explorando o mundo sem fundo que essas descobertas me apresentam.
Por causa de uma expressão em alemão (und täglich grüsst das Murmeltier...), descobri uma comédia norte-americana da década de noventa (O feitiço do tempo); comentei ontem com um conhecido desse caso fortuito e me lembrei de Como se fosse a primeira vez (uma das poucas comédias com o Adam Sandler que eu acho suportáveis...). O tal conhecido me sai com "ah, sim, com esse tema de repetição de alguém que fica travado num momento do tempo também tem aquele seriado chamado Bonecas russas no Netflix" (esse mesmo conhecido me falou de um filme, da sequência dele e de uma espécie de adaptação norte-americana; essa coleçãozinha tripla se tornou um dos meus próximos projetos). Aí hoje comecei a ver o seriado. Por causa do nome da personagem principal (Nadja Vulvokov... lol), descobri um livro do André Breton (Nadja) e uma peça musical do Pierre Boulez (... explosante-fixe...).
Minhas associações são surtadas. A última foi uma peça de teatro citada num livro (Draussen vor der Tür) que me levou a uma dramatização em áudio (um Hörspiel) e dois filmes (Liebe 47 e Draussen vor der Tür). Antes disso, uma indicação de um filme (Barcelona nit d'estiu) feita por um amigo me levou a mais quatro filmes (New York, I love you; Paris, I love you; Berlin, I love you; Rio, I love you)...